A história de Marco Aurélio, o escoteiro desaparecido
Um homem de aproximadamente 50 anos, 1,68 metros de altura, 75 kilos, estrabismo acentuado no olho esquerdo, cabelos castanhos, pequena cicatriz no lábio superior e grande cicatriz vertical no abdômen. Essas podem parecer apenas a descrição de um homem qualquer, mas é muito mais do que isso. Essa é a descrição de como estaria atualmente um dos maiores desaparecidos da história do país.
Nossa história aqui vai muito além de contar os acontecimentos da tarde de Outuno de 1985, ano que ficaria marcado na memória da família Simon até os dias de hoje. E que mesmo após 37 anos, um dos maiores casos de desaparecimento do país ainda continua sem uma conclusão verídica e definitiva sobre o ocorrido, deixando muitas dúvidas e misterios em aberto. Nosso objetivo aqui é contarmos a vocês tudo o que se sabe do caso até os dias de hoje, as versões e contradições dos envolvidos dessa história. Como pode uma das maiores buscas já feitas na história não ter encontrado nem um vestígio sequer do menino? Como alguém pode desaparecer e não deixar nenhuma pista para trás? Seria esse um exemplo de crime perfeito? Ou será que teria envolvimento de atividades sobrenaturais? Essas e outras várias perguntas iremos respondê-las aqui hoje. Então se preparem, sentem-se e fiquem confortáveis porque lá vem história
A INFÂNCIA DE MARCO AURÉLIO
Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, filho do Sr. Ivo Simon e da Sra. Tereza Neuma, nascia no dia 16 de Janeiro de 1970., no estado de São Paulo. Aqui já podemos perceber como Marco Aurélio desde pequeno teve que enfrentar os desafios em sua vida. Isso porque ele e seu irmão gêmeo identico Marco Antônio tiveram complicações em seu nascimento, nascendo prematuros de 6 meses, o que fez com que eles ficassem na incubadora por aproximadamente 3 meses. Esse nascimento prematuro acabou gerando em Marco Aurélio um problema de Estrabismo Acentuado, distúrbio que se caracteriza-se por um desequilíbrio na função dos músculos oculares, fazendo com que os dois olhos não fixem o mesmo ponto ou objeto ao mesmo tempo. Outra consequência que sofreu foi uma certa cegueira em seus olhos, já que Marco Aurélio só enxergava 5% em um de seus olhos e de 20% a 30% no outro.
Com aproximadamente 18 dias apenas de vida, Marco Aurélio teve grandes complicações na incubadora, sua situação era muito crítica e os médicos acreditavam que ele não passava daquela noite. Os médicos não tendo muitas opções, tinham que dar um injeção nele que poderia ajudá-lo ou simplesmente matá-lo. O seu pai, Sr. Ivo, então autorizou os médicos a darem essa injeção como uma ultima esperança para seu filho. Felizmente ocorreu tudo certo e ele conseguiu sobreviver, tendo que passar depois por outras várias e várias cirurgias também. Por conta desses ocorridos, Marco Aurélio sempre foi considerado um milagre entre os médicos.
Quando criança Marco Aurélio junto de seus outros irmãos, Marco Antônio e Fábio Simon, irmão mais velho, estudavam no Colégio São José da Vila Matilde, que por curiosidade, teve sua história iniciada em 1931, quando nasce a primeira casa das Irmãs, que durante 8 anos abrigou as religiosas trazidas para o bairro de Vila Matilde pelos Padres Olivetanos, nome esse igual os grupo de escoteiros que Marco Aurélio entraria mais tarde.

Já na adolescência, um dia o Grupo Escoteiro Arariboia pediu autorização para poder acampar no sitio do Sr. Ivo, na cidade de Mariporã, há 40 km da grande São Paulo. Para o grupo escoteiro aquele poderia ter sido apenas mais um acampamento, mas para os filhos do Sr. Ivo foi muito especial, pois foi ali que tiveram o primeiro contato com o escotismo e logo de cara se encantaram com o que virão, quiseram participar também das atividades e inclusive dormiram juntos com os outros escoteiros nas barracas.
E é claro que tudo não passava de uma questão de tempo para que Marco Aurélio entrasse para o Movimento Escoteiro. Logo quando retornaram para a grande São Paulo, Sr. Ivo foi atrás de algum grupo escoteiro perto de sua casa para que os meninos pudessem entrar, e foi assim que eles entraram para o Grupo Escoteiro Olivetanos e foi assim que o Movimento Escoteiro entrou em suas vidas.

A PASSAGEM PARA O RAMO SÊNIOR
Em 1985, Marco Aurélio estava completando os seus 15 anos de idade, e como qualquer escoteiro, passaria para o ramo Sênior. Pensando nisso, Juan Bernabeu, chefe escoteiro do grupo Olivetanos, teve a ideia de escalar uma grande montanha e lá fazer a passagem de Marco Aurélio e seu irmão para o ramo Sênior, nada melhor que um próprio desafio para iniciar do ramo Sênior não é mesmo? A ideia da atividade surgiu em 1984 em um encontro de chefes onde um chefe de outro grupo convidou Juan para participar. A princípio era pra todo o grupo escoteiro ir, claro que somente a sênior iria subir no Pico, mas todos iriam pra pelo menos acampar.
Juan então acabou escolhendo como montanha o Pico dos Marins, por sua bela paisagem, grande altitude, representatividade e dificuldade que estaria na medida para a sua tropa. Seria uma atividade motivante e desafiadora para os garotos adolescentes, principalmente para os irmãos que passariam para o novo ramo.
No entanto, por pouco essa atividade não aconteceu, isso porque o grupo de jovens e chefes foram diminuindo com as sucessivas desistências que foram acontecendo ao longo do caminho. Incluindo a do seu irmão Marco Antônio, que na véspera da viagem acabou ficando doente e não pôde ir na atividade, os irmão viviam e faziam tudo juntos e essa seria a primeira vez que um faria uma atividade sem o outro. Outra desistências que acabou acontecendo foi a do próprio Sr. Ivo, que acabou cancelando sua ida para ficar e cuidar de seu outro filho.
Mas mesmo com tudo isso, pela ansiedade e expectativas que todos estavam, os planos foram mantidos e deu-se continuidade ao plano, até que no dia combinado juntou-se apenas 4 escoteiros e apenas 1 chefe.
O PICO DOS MARINS
Antes de darmos continuidade a nossa história, é importante vocês saberem como é o Pico dos Marins, para onde Marco Aurélio e seu grupo estava indo e quais são suas dificuldades e desafios.
O Pico do Marins se encontra na divisa de São Paulo com Minas Gerais, mais especificamente na serra da Mantiqueira, sendo um dos picos mais altos de São Paulo, possuindo seus 2420 metros de altura.
Sua escalada pode não ser uma das mais difíceis se comparada as outras que temos em nosso país, porém possui as suas dificuldades e não pode ser subestimada. Subindo por sua trilha mais comum, a trilha é até tranquila, apresentando apenas um ou outro trecho de “trepa pedra”, trechos onde são colocados alguns ganchos na pedra para facilitar sua escalada e pode apresentar cordas ou não. Porém para os montanhistas mais experientes, O Marins é uma montanha escarpada e apresenta grande paredes rochosas, dificultando sua escalada e tornando ainda mais desafiador sua subida ao cume.

Sua subida ao cume pode não ser uma das mais difíceis se comparada a outros picos de alturas semelhantes, mas como qualquer escalada, sua subida não pode ser subestimada e suas dificuldades se dão principalmente a diferença de terreno que apresenta. Sua subida pela parte mais comum da trilha digamos que seja até que tranquilo, apresentando apenas em algumas partes os famosos “trepa pedra”, que pra quem não sabe são pedaços de ferros colocados na pedra para facilitar sua escalada, parecido com o brinquedo infantil trepa trepa. Porém, para os mais experientes e os que buscam subir por outro caminho, o Marins é uma montanha escarpada e com grandes paredes rochosas, apresentando dificuldades até mesmo para os escaladores mais experientes.

O começo da Trilha parte de onde era antigamente a casa da família do Seu Afonso, seu começo possui uma trilha bem definida, com uma vegetação bem umida e árvores com mais de 30 metros de altura. Porém, com o decorrer da trilha, sua vegetal vai mudando, as árvores vão acabando até que na parte alta do Pico dos Marins se tem uma paisagem rochosa com uma cobertura vegetal campestre, com capim elefante, sendo esse capaz de atingir uma altura superior a de uma pessoa.
Nesses trechos da trilha pelo fato de não se ter um caminho bem definido, é comum as pessoas demarcar o percurso com sinais de pista, até mesmo porque não é tão difícil as pessoas acabarem se perde do nessa parte da trilha. Outro fator que dificulta também sua subida são as chuvas, pois quando chove a água escoa pelas rochas e ao chegar na parte com vegetação, a enxurrada abre uma trilha pelo mato que vai perdendo sua força e cai em uma fenda, tornando assim muito alto a chance de alguém se perder e cair em uma dessas fendas. Essas falhas são ocultas pela vegetação e podem não ser vistas pela trilha principal, mas fora dela elas são muitas.
Como qualquer outra montanha de altitude elevada, a melhor época para escalar o Marins é justamente no inverno, que por mais que a temperatura nessa época seja baixíssima e possui os dias mais curtos, as chuvas são muito mais complicadas de lidar, basta uma tempestade que torna toda a subida muito mais perigosa e com riscos de tempestade de raio. Mas não se engane também, nevoeiros também são comuns e eles são o motivo de grande desorientação por parte dos montanhistas, já que acabam tomando o caminho errado. Por isso, subir no inverno se torna a melhor opção, mas independente da época, é preciso tomar os cuidados necessários .
Um exemplo do risco que é subir uma montanha alta como essa é justamente o caso recente no começo de 2022, onde um coach levou um grupo de pessoas bem despreparadas para subir o Pico dos Marins justamente no verão. Onde acabaram ficando presos por uma tempestade em cima do moro e tendo que pedir um resgate para mais de 30 pessoas, sendo que tinham mais algumas que acabaram desistindo de escalar o cume e acabaram descendo antes. Por sorte ninguém acabou morrendo e por sorte mesmo. Já que a Hipotermia é uma das coisas que os aventureiros mais precisam se preocupar, já que uma pessoa consegue sobreviver em média 7 dias sem comer, 3 dias sem água e apenas 3 horas com Hipotermia, causada pela exposição a baixas temperaturas.
Isso mostra que por mais que não seja uma das montanhas mais difíceis de se escalar, ela como qualquer outra apresenta suas dificuldades e pode vir a se tornar um problema se as pessoas não estiverem bem preparadas para ela.
E será que Marco Aurélio e seu grupo escoteiro estava preparado para tal desafio? É isso que veremos a seguir.
A JORNADA
6 de JUNHO de 1985 – Quinta-feira
Nossa história então começa na manhã de quinta-feira, quando o Sr. Ivo acorda de manhã para levar o seu filho Marco Aurélio e Juan Bernabeu até a estação de metrô Tatuapé. Juan estava com eles pois era muito próximo da família Simon, sua proximidade era tão grande que inclusive dormiu na casa do Sr. Ivo na noite anterior e já tinham passado um natal juntos.
Na estação, se encontraram com os outros jovens que iriam participar da aventura, eram eles: Ricardo Salvione, Ramatis Rohm e Osvaldo Lobeiro, todos com a mesma idade de Marco, enquanto Juan tinha os seus 36 anos. O grupo seguiu até a Rodoviária do Tietê e de lá pegaram um ônibus as 7h da manhã até a cidade de Piquege, que fica a aproximadamente 200 km e é a cidade mais próxima do começo da trilha para os Marins.

Durante o trajeto, Juan pede para que os meninos façam uma votação para eleger um monitor da patrulha, já que faziam parte de patrulhas diferentes. A votação foi feita de forma simples, cada jovem escreveu no papel quem eles achavam que deveria ser o monitor, ao abrir a votação, Juan anuncia que 2 papéis estava o nome de Ricardo, 1 estava em branco e o outro estava ilegível, Marco então diz que o nome que estava ali era o seu e que ele tinha votado nele mesmo. Mas como combinado, Ricardo fica como o novo monitor da patrulha, deixando Marco um pouco frustrado, pois era ele quem mais tinha conhecimento e noções de técnicas de sobrevivência.
Chegando na pequena cidade, o grupo foi recebido pelo chefe do grupo escoteiro local, Sebastião Augusto Ramos, o “Gugu”, que designou o chefe de tropa Paulo Roberto, também conhecido como “Paulinho”, para levar pelo grupo em sua kombi até o início da trilha. Foi também só nesse momento em que Juan ficou sabendo da desistência do Grupo Escoteiro local, a atividade toda foi pensada para um atividade de duas tropas, então toda sua programação foi perdida.
O começo da Trilha naquela época ficava onde era a casa da família de Afonso Xavier, um senhor já de idade mas que conhecia bem a região. O grupo então pediu ao Sr. Afonso se poderiam acampar em seu quintal, local onde atualmente é o estacionamento do Marins, o senhor aceitou sem nenhum problema o pedido e foi ali que os jovens se instalaram, montaram suas barracas e se descansaram para o próximo dia.
7 DE JUNHO DE 1985 – sexta-feira
Ao acordarem na manhã de sexta-feira, o grupo encontraram as suas coisas reviradas, estava tudo uma bagunça e as coisas fora do lugar onde tinham deixado na noite anterior, Juan então se encaminhou até a casa de Afonso para perguntar se ele tinha visto alguma coisa, o senhor negou ter visto algo mas disse que provavelmente teria dito um cachorro do mato
Os jovens então começam a realizar algumas atividades, como em qualquer outro acampamento escoteiro. Começaram lavando a louça do jantar da noite anterior, que não lavaram antes pela temperatura que estava muito baixa, temperatura essa que iria se manter assim e até mesmo piorar no dia seguinte. Marco Aurélio seria o responsável por lavar todo aquela louça, que após terminar estava com as mãos dura e com muito frio, Ramatis então empresta sua luva para ajudá-lo, Osvaldo faz massagem em suas mãos e Juan ensina exercícios que poderiam fazer eles se esquentarem.
Ao longo do dia, em uma conversa que Juan estava tendo com o Sr. Afonso e sua esposa, Juan curioso com a situação da família, perguntou a eles o que faziam para se sustentar, já que ali era a única casa da região. A mulher então responde em tom de humor que faziam coisas extraordinárias, ao ser questionada pela resposta, ele explicou que era artesanato.
O dia então se seguiu, e quando era por volta de umas 15h da tarde, como qualquer bom escoteiro, os jovens foram tomar um banho de rio, decisão essa muito corajosa já que estava muito frio, não conseguiram aproveitar muito já que a água estava bem gelada.
No retorno para o acampamento, também aproveitaram a luz do sol que tinham para separar as lenhas para a realização do fogo de conselho, que não seria realizado na última noite pois voltariam cansados do cume do Pico. Juan retorna com os jovens para o acampamento e iniciam os preparativos para o fogo de conselho. Esse momento foi muito importante para Marco, pois ali ele passaria a ser um sênior e foi nesse momento também que Juan nomeia um novo monitor para a aventura que eles iriam encarar no dia seguinte, a subida ao cume, sendo assim Marco Aurélio foi nomeado como o novo monitor da patrulha, o deixando muito contente e ainda mais animado.
Após o fogo, os meninos então se encaminham a barraca para dormir e foi nesse momento que aconteceu outro fato curioso, enquanto estavam dentro da barraca, os meninos ouviram alguém andar pelo lado de fora, se já não bastasse a pessoa também passou a mão por volta da barraca e claro que todos os jovens ficaram com medo, mas com o tempo e o cansaço que estavam, acabaram dormindo.
O DESAPARECIMENTO
8 DE JUNHO DE 1985 – sábado
No sábado, logo ao acordarem os meninos foram contar ao Juan o que havia acontecido na noite anterior, Juan então se dirigiu ao Sr. Afonso para perguntar se era ele que estava ao lado de fora da barraca na noite anterior, foi nesse momento que os escoteiros ficaram sabendo que Afonso tinha um filho com transtorno mental, e que provavelmente teria sido ele o responsável pelo susto de ontem a noite com os meninos.
Juan então retorna até o grupo e começa os preparativos para a ascensão ao cume. Por volta das 7h da manhã, um grupo com três escoteiros de Piquete passa pelo acampamento e convida o grupo Olivetano a se juntar a eles, mas Juan acaba negando o convite por conta do horário já que eles não estavam prontos, mas combinam com o chefe de Piquete dele ir fazendo sinais de pista pelo caminho, coisa que acabou não dando muito certo, já que havia muitos sinais já feitos por toda trilha.

Na noite anterior, em conversa com Sr. Afonso, Juan perguntou qual seria o melhor percurso até o moro do Careca, ele respondeu que bastava seguir o caminho que começava no acampamento e depois virar a direita e seguir pela nova trilha até o moro do Careca. No dia então, Juan seguiu o caminho indicado pelo Afonso mas acabou não percebendo a entrada a direita e seguiu em frente, quando se deu conta que estava errado já tinha percorrido bastante, e ao invés de voltar e tomar o caminho certo, eles seguiram subindo pela mata.
Seguindo pela mata eles encontraram inclusive uma barraca até que bem grande pelo caminho, perguntaram em voz alta se havia alguém ali e se precisava de alguma ajuda, mas ninguém respondeu então seguiram em frente até que chegaram ao moro do Careca. E apesar de já conhecer o Marins, Juan errou a trilha e acabou fazendo um caminho diferente, mais difícil e mais longo, mostrando o quanto o Marins pode ser traiçoeiro.
Quando era por volta de 14h, Osvaldo, um dos jovens escoteiros, acaba tropeçando em um buraco e bate a Rótula do seu joelho no chão com bastante força, o jovem então começa a reclamar de muita dor, obrigando a grupo a parar e esperar um pouco para ver se dava uma melhorada. Na hora, Osvaldo teve a sensação de que seu joelho tinha sido deslocado e acabou com o joelho muito enchado, após esperarem um pouco eles tentaram colocar o jovem de volta em pé mas não obtiveram sucesso, Osvaldo mal conseguia se sustentar de pé e ainda reclamava de muita dor.
Juan então se vê na obrigação de tomar a decisão de cancelar a ascensão ao cume, tendo em vista que um dos jovens estava machucado e não conseguiria completar o desafio, começam então a planejar seu plano de descida. Como fazia pouco tempo que os jovens tinham feito um curso no COI, acabaram usando as técnicas aprendidas de primeiros socorros, Juan então começa cortando um arbusto na tentativa de contrair uma maca com o pequeno galho que lhe tinha acesso, porém Osvaldo era um pouco mais pesado e o galho não conseguiu aguentar, Juan sabia que teria que dar um jeito de carregar o jovem e pra piorar não tinham nenhuma ferramenta ao seu acesso, então junto da ajuda de Ricardo começam a carregar Osvaldo em seus ombros, enquanto Ramatis se encarrega de levar as mochilas do grupo, e Marco iria guiando o grupo, orientando por onde deveriam descer.
Como o plano de Juan era fazer um ataque ao cume, ou seja, subir e descer de forma rápida, deveriam levar poucas coisas e por isso não levaram muitos equipamentos e também boas roupas de frio caso o tempo fechasse, coisa que acabaria acontecendo mais tarde, colocando todo o grupo em risco.
O acidente aconteceu aproximadamente na altitude de 2060 metros, em um ponto da trilha onde ela abre pra esquerda contornando um sub cume que se destaca na crista por onde passa a trilha normal. Essa parte da trilha é considerada a parte mais fácil que leva ao cume dos Marins, por mais que seja também a parte que as pessoas mais sofrem acidentes. Ou seja, além do Juan ter se perdido algumas vezes e errado o caminho, Osvaldo também sofreu seu acidente na parte considerada a mais fácil de toda a trilha.
Nesse trecho da trilha acontece muitos acidentes por conta da quantidade de rochas que tem nesse trecho, fazendo com que as pessoas a todo momento fiquem desviando delas, a trilha se desenvolve por entre as pedras e em cima da superfície rochosa com touceiras de capim elefante. O subir e descer das rochas em si não é tão complicado, ainda mais quando se faz um ataque ao cume estando com mochilas leves, porém, encontrar a trilha após cruzar uma região com capim elefante pode ser uma tarefa difícil, exigindo do aventureiro muita atenção e uma boa experiência em orientação.
O grupo então começa a descer unido por cerca de 250 metros, mas acaba preocupando todos do grupo pela dificuldade e pelo tempo que levou para fazer um curto trajeto como aquele, diante da dificuldade de descer o amigo machucado. Marco Aurélio então se voluntária para descer na frente, com o objetivo de ir vendo qual seria o melhor caminho e para chegar logo na base da montanha e pedir ajuda.
Juan toma então o que seria a pior decisão que ele tomaria na vida, ele permitiu que Marco Aurélio, um jovem garoto inexperiente descesse aquela montanha sozinho. Ele até tentou se precaver dando a Marco um pedaço de giz que serviria pra ele marcar o caminho que ele passa-se, o combinado era o número 240, número do grupo escoteiro a que pertenciam.
Osvaldo e os outros meninos foram contra essa ideia de separar o grupo, já que uma regra básica do escotismo e do montanhismo é a de nunca separar o grupo, mas vendo que essa era a decisão já tomada pelo chefe, Osvaldo da então sua própria faca para Marco Aurélio para ajudá-lo em sua decida, enquanto os outros meninos entregam alguns outros itens também, sendo um deles um apito, peça essa que será muito importante mais pra frente.
Marco então se separa do grupo e começa a descer sozinho, e a cada minuto que ia passando, o jovem ia ficando cada vez menor na vista do grupo, até que em apenas 15 minutos já não era mais possível ter a visão do garoto, e eles não imaginavam, mas essa seria a última vez que Marco Aurélio foi visto.
Após a separação do grupo, os meninos junto ao chefe vieram descendo lentamente pela trilha, passaram somente por 3 marcações feitas por Marco até chegarem num local onde havia duas pedras grandes com um passagem estreita entre elas. E lá havia marcado com giz o número 240, porém, Juan vendo aquele vão estreito, deduz que ali seria um caminho muito difícil de passar com alguém machucado, então decide sair um pouco da trilha e cortar pela direita achando que os caminhos iriam se juntar mais a frente
Os jovens mais uma vez não concordam com o chefe e ainda dizem que Marco Aurélio poderia se perder, mas Juan confiante de que os caminhos iriam se juntar mais na frente volta a falar que não seria um problema é começa a descer pelo outro lado. Mas logo percebe que por ali eles sairiam muito da trilha, porém já era tarde demais, pelo pouco que eles já tinham descido era ainda mais difícil voltar até o ponto por conta do declive, então por isso acabam seguindo em frente.
O vão estreito entre as pedras por onde Marco Aurélio passou tem até nome hoje em dia, se chama “Portal”. Para quem sobe marca o início do trecho de trepa pedras, mas para quem desce, que é o caso do grupo em 1985, marca o local onde a trilha fica mais tranquila por conta da trilha bem definida, e os grupos de montanhistas, sem precisar usar as mãos tiram seus bastões de trekking das mochilas e a caminhada fica mais fluida. Dali até o Morro do Careca, onde na época se chegava de carro, leva-se apenas 1 hora de descida em condições normais!
O Marins é uma montanha que se desce circulando ao entorno dela, mas no dia o caminho tomado por Juan fez com que eles descessem em uma linha reta, o que levou eles a parte mineira da montanha, uma parte com mata fechada e densa. Enquanto ainda havia luz eles iam seguindo a trilha pelas patas dos animais, mas ao cair da noite ficaram completamente perdidos.
Outra dificuldade que tiveram que enfrentar foi o frio, a Serra da Mantiqueira já apresenta baixas temperaturas, mas aquela noite do dia 8 de Junho foi registrado a temperatura mais baixa daquele ano. E como o grupo não estava preparado para passar a noite fora, estavam apenas com o uniforme do escoteiro, ou seja, uma camiseta e um shorts.
O grupo estava completamente exausto, estava muito escuro, estavam com frio, fome, e a todo momento os meninos queriam dar uma parada. Juan então sabendo do perigo do frio, em momento nenhum deixou o grupo parar de andar numa tentativa de não deixar o corpo deles esfriarem. Com o tempo Osvaldo foi sentindo menos dor no joelho também, o que ajudou muito o grupo a aumentar o seu ritmo de caminhada.
Diante de tantos desafios, tantas dificuldades, o grupo inclusive chegou até a cruzar um pequeno riacho durante a noite, finalmente encontraram um cercado, o que significa que havia algum abrigo ali perto. O grupo seguiu até que por volta de 1 e 2 da manhã eles chegam ao sítio do Seu Filhinho, o grupo foi recebido pelo próprio senhor assustado com uma arma apontada para eles, mas após o susto e uma conversa, o senhor orientou o grupo a seguirem pela estrada de terra que liga o Bairro dos Marins em Piquete até Marmelópolis e de lá irem até o sítio de Afonso Xavier.
O grupo seguiu então sua caminhada até que chegaram por volta das 5 horas da manhã no sítio do Sr. Afonso, completamente exaustos após mais de 20 horas de caminhada. Pra vocês terem uma noção de tempo, o grupo de escoteiros de Piquete que havia passado mais cedo pelo grupo, retornou ao sitio do Sr. Afonso as 15h, fazendo o percurso em menos da metade do tempo que eles haviam feito.
Ao chegarem nas barracas, todos tinham a expectativa de encontrar Marco Aurélio, mas para a surpresa de todos, ele não estava lá. O primeiro fato misterioso do desaparecimento de Marco Aurélio se deu naquele momento, ao chegarem nas barracas perceberam que ela estava remexida, a mochila de Marco estava aberta e na parte de fora, mas apesar disso nada havia ddesaparecido. E como seria natural de pensar, deveriam ter ido até a casa do Sr. Afonso perguntar sobre o garoto. No entanto, nem os escoteiros, ou mesmo Juan, percorreram os 50 metros até a casa do senhor para perguntar sobre o amigo. Provavelmente pelo fato de estarem muito cansados e não quererem incomodar a família por conta do horário, mas querendo ou não isso foi um erro.
O grupo então come o que eles tinham a disposição naquele momento, que era uma lata de leite condensado, e depois Juan manda todos irem dormir e aproveitou para tirar um cochilo também, já que todos estavam muito cansados. Mesmo assim, sabendo da sua responsabilidade, o chefe apenas deitou por uma hora e quando era 6 da manhã levantou e partiu sozinho em busca do escoteiro desaparecido, regressando às 10 da manhã sem ter encontrado nenhum sinal de Marco Aurélio.
Quando retornou ao acampamento, o rapaz Paulinho já estava esperando para levá-los de volta a cidade. E foi nesse momento que Juan anuncia que Marco estava desaparecido.

9 DE JUNHO DE 1985 – domingo
Ao chegar no sitio na manhã seguinte com sua Kombi, Paulinho se deparar com os fatos e de imediato vai avisar o chefe Gugu sobre o desaparecimento do jovem. O chefe de escoteiros de Piquete então consegue mais 4 voluntários e sem muitos recursos, se juntam a Juan para realizar uma segunda busca pelo Morro.
O grupo passa o dia todo procurando algum sinal de Marco, mas voltam ao sítio de Afonso no cair da noite completamente frustrados, por não terem encontrado nenhum sinal de Marco. A noite então se segue e começa uma chuva bem forte, Sr. Afonso e sua esposa na intenção de ajudar de alguma forma, preparam um jantar para todos que estavam presente, quando era por volta de 20 horas, enquanto todos estavam comendo, o grupo escuta um grito vindo do lado de fora da casa, todos permanecem em silêncio na dúvida se tinham escutado aquilo direito, então novamente escutam mais um grito mas dessa vez seguido com um som de apito.
Neste momento todos sairam da casa na esperança de que fosse o seu amigo gritando por socorro, até porque o grito parecia com a voz de Marco Aurélio e no dia do seu desaparecimento estava carregando um apito, mas ao sairem a única coisa que viram foi uma forte luz azul vindo do meio da mata, mesmo sentido que levava ao Pico, e aos poucos a luz foi sumindo. Todos ficaram espantados com aquela situação, Juan então toma a frente e começa a entrar no meio da mata gritando por Marco Aurélio, caminha um pouco até que chega em uma outra residência, Juan bate na porta e depois de um tempo uma mulher o atende, ele então pergunta a ela se tinha visto alguma coisa ou escutados os gritos e apito, porém a mulher diz não ter visto nada e negou ter escutado alguma coisa. Juan então retorna ao grupo mais uma vez frustado por não ter encontrado nada.
Esse acontecimento marca um fato muito misterioso nesse caso que até hoje leva muitas dúvidas sobre o ocorrido, o incidente com as luzes foi presenciado por todos e até hoje ninguém sabe explicar exatamente o que aconteceu naquele dia. Isso porque as luzes vinham de baixo para cima, como se alguém tivesse caminhando com aquela luz na mão.
Alguns acreditam que a luz possa ter vindo de um vizinho, mas é pouco provável, já que a casa fica num local muito isolado e no meio da mata, tanto que Juan na noite caminhou um pouco até chegar em na outra residência e também saberia se as luzes tivessem vindo de lá. Outros acreditam que a luz veio de um carro que passava pela estrada de Piquete a Marmelópolis, no entanto, tal estrada fica distante da casa de Afonso e não há como um faixo de luz azul vindas de um carro refletir na copa das árvores.
Esse acontecimento é tão misterioso que leva a criação de uma teoria do que pode ter acontecido com Marco Aurélio, por isso guardem essas informações que mais pra frente abordamos essa teoria. Mas um fato curioso é que até hoje, os outros escoteiros que estavam presentes acreditam que os gritos e apito veio sim de Marco Aurélio.
Voltando a nossa história, após o ocorrido o grupo estão retorna a Piquete e se instalam na casa de Sebastião Augusto, que providencia também um médico para atender Osvaldo. Juan então se dirige ao telefone e por volta de meia noite, faz uma ligação para o Sr. Ivo informando sobre o desaparecimento do seu filho. Ivo fica desesperado e decide ir na mesma hora para Piquete, mas é acalmado pelo Juan e decide partir para a cidade no dia seguinte.
Em paralelo a isso, ao mesmo tempo o médico que estava cuidando de Osvaldo constatou que não havia nenhum machucado grave no joelho do menino, e portanto poderia andar normalmente. O que geraria algumas suspeitas mais pra frente.
10 DE JUNHO DE 1985 – segunda-feira
Na manhã de segunda-feira, os jovens escoteiros retornam para São Paulo, mas Juan acaba ficando em Piquete para esclarecer os fatos na delegacia e ajudar nas buscas. Entra em cena o delegado Izidro Ferraz, que neste momento agrupa alguns policiais e o experiente guia Carlos Vieira para se dirigirem até o local do desaparecimento de Marco Aurélio e iniciar o primeiro dia oficial de busca.
Os pais de Marco Aurélio chegaram em Piquete logo pela manhã, o Sr. Ivo já queria subir o Pico para ajudar nas buscas, mas o delegado achou que pelo fato dele não ter experiência em montanhas seria inútil subir até o local das buscas e acabaria prejudicando o trabalho da equipe, então pede para que eles fiquem na cidade para estarem disponíveis para qualquer nova informação.
O Sr. Ivo então começa a usar o que tinha disponível em suas mãos para ajudar no caso, primeiramente ele monta na casa do chefe Gugu uma espécie de QG, e lá começa a reunir todas as novas informações que eles iam descobrindo e começa a fazer várias ligações também, isso porque o Sr. Ivo era um grande jornalista e ao longo de sua carreira fez diversos contatos nas mídias, logo a notícia do desaparecimento de seu filho estava estampada nos principais jornais do país, assim como era televisionada nos principais canais de TV também.
Esses contatos do Sr. Ivo foi essencial para a repercussão que o caso ganhou na época, foi por causa dele que o desaparecimento de Marco Aurélio ficou tão conhecido e apareceu nas televisões do Brasil inteiro. Mas ao mesmo tempo, esse fato fez com que surgisse muitos boatos e informações falsas que só atrapalharam ainda mais o caso.
Ao final da tarde, o grupo de policiais junto de Juan e o guia Carlos Viera, retornam para a base do Pico. Ao ser questionado sobre o caminho tomado, Juan conta que passou por uma cruz de ferro, o guia então se surpreende e diz que ela faz parte de uma trilha antiga que ele mesmo havia desativado por ser muito perigosa. Esse fato deixou Carlos muito intrigado e motivado a ir até essa trilha, mas como estava tarde e nada mais poderia ser feito ali, no dia seguinte ele convidou o outro experiente guia, Ronaldo Nunes para acompanhá-lo até a tal Cruz de Ferro.
11 DE JUNHO DE 1985 – terça-feira
O grupo de guias reunidos pelo delegado partem logo cedo em direção à tal Cruz de Ferro, porém com a forte geada que teve na noite anterior encontram alguns obstáculos no caminho. Ao chegarem perto da Cruz, o grupo avista algumas pegadas em direção à mata, eles até tentam segui-las mas as mesmas vão desaparecendo ao longo do caminho.
Neste mesmo dia um incêndio se iniciou na montanha, e os primeiros bombeiros que haviam sido designados para realizar as buscas tiveram que ser realocados para combater as chamas. A polícia então suspeitou que alguém houvesse provocado o incêndio para atrapalhar nas buscas.
A tarde de terça-feira é marcada também pela chegada do Centro de Operações Especiais, também conhecida como COE, grupo de polícia especializada em atendimento de ocorrências de alta complexidade. A chegada do COE se deve aos contatos do Sr. Ivo, graças a ele a polícia especializada entrou pra ajudar nas buscas e posteriormente o exército também entraria.
UMA DAS MAIORES BUSCAS JÁ FEITAS NO PAÍS
A chegada do COE fez com que as buscas de intensifica-se muito e ia trazendo cada vez mais visibilidade e atenção ao caso. A cada dia que ia passando, mais voluntários iam chegando pra ajudar nas buscas, inclusive o próprio exército brasileiro. Chegando a ter em 1 dia mais de 200 pessoas ajudando nas buscas.
Quando o exército chegou, eles realizaram a Operação Pente Fino, ela foi realizada pelo Quinto Batalhão de Infantaria Leve de Lorena, onde os soldados fizeram o percurso do Pico dos Marins em fila indiana. Esse foi um erro muito básico cometido pelo Tenente Fischer, tenente que estava comandando a operação, pois o fato deles andarem em fila indiana, fez com que eles não olhassem em todos os possíveis locais e não teve a eficiência da quantidade de soldados, já que andavam todos juntos.

Já o COE, levou 2 cachorros farejadores para ajudar em suas buscas, e é aí que acontece mais um fato curioso nessa história, pois ambos os cães não ajudaram em nada, já que um dos cães havia machucado a pata e não poderia andar muito pela região. Já o outro, acabou pegando algum tipo de gripe ao algo parecido, perdendo boa parte de seu olfato. Esse acontecimento foi mais um atraso nas buscas, pois até irem atrás de outros cães já haviam perdido mais um dia de busca.
Em uma das buscas até chegaram a encontrar uma luva branca, tendo a possibilidade dela ser a prova de um crime, foi levada a delegacia para que fizessem algumas análises, mas nenhuma prova foi encontrada. Os grupos de busca também sempre ficavam atentos aos céus, já que os urubus indicariam se houvesse algum corpo morto na região, mas só levaram a um cadáver de um boi.
Com a grande divulgação do desaparecimento pela midia graças ao Sr. Ivo, inúmeras pessoas ligavam todos os dias dizendo ter encontrado Marco Aurélio, assim como inúmeras teorias foram criadas para o sumiço do rapaz. Alguns diziam que o jovem teria fugido, outros achavam que ele havia sido assassinado pelo guia. Destas suspeitas, algumas pessoas acreditavam que Juan teria abusado de Marco Aurélio e depois dado um jeito de matar e sumir com o corpo, essa teoria tomou mais força quando surgiu o boato de que Juan seria homossexual, após uma entrevista feita com a ex-mulher do chefe escoteiro, e o depoimento dado por Osvaldo dizendo que na noite anterior teria visto Marco Aurélio saindo da barraca para urinar e Juan teria o acompanhado, retornando após longos 30 minutos.

Indiferente dos boatos, uma coisa é fato. Com a exposição na mídia não faltou voluntários para ajudar nas buscas. No total, calcula-se que mais de 300 pessoas, ajudaram a procurar por Marco Aurélio. As buscas duraram por volta de 28 dias, contando com a presença de: 2 aviões, 2 helicópteros, 180 soldados do exército, 18 homens do COE, 10 cães farejadores, bombeiros de Cruzeiro e Guaratinguetá (cidades próximas), espeleólogos (aquele que explora, documenta, estuda e interessa-se pela conservação e preservação das cavernas.), polícia civil, polícia militar, alpinistas e outros voluntários.
Porém, ao mesmo tempo que muitas pessoas queriam ajudar, também havia muitas pistas falsas, muitas pessoas ligando dizendo saber onde Marco Aurélio estava, inclusive videntes. Teve até mesmo um Vidente que usou um pendalo e diz que Marco Aurélio estava em tal lugar da floresta, então sem poder ignorar, os militares foram até o local junto com o Vidente, chegando próximo ao local havia um paredão de rocha onde teria que descer usando uma cadeirinha de bombeiro. O Vidente começou a falar que precisava voltar para se comunicar com os espíritos, mas os militares já desconfiados, obrigaram o Vidente a descer junto, e como já era de se esperar, não encontraram nada.
Após quase um mês de buscas, o COE se pronunciou dizendo que nada mais poderia ser feito e se retirou das buscas, esse fator assim como sua chegada, foi determinante para as buscas, pois fez o caso ir perdendo cada vez mais força a cada dia, as pessoas começaram a acreditar que Marco Aurélio já estava morto. E não durou muito tempo para que as buscas fossem oficialmente encerradas, não encontrando absolutamente nada remetido a Marco Aurélio.
O PRINCIPAL SUSPEITO
Com a frustrações que aconteciam durante as buscas, o fato de não encontrarem nada sobre o jovem escoteiro ia criando um clima de tensão na delegacia, era questão de tempo até que a polícia começasse a colocar a culpa em alguém para dar uma solução ao caso. Então Juan Bernabeu acabou se tornando o principal suspeito das investigações, devido a sequência de erros cometidos pelo chefe, segundo o delegado do G.A.S (Grupo Anti-Sequestro de SP), o Dr. Anivaldo Registro, os erros cometidos por Juan teriam sido propositais.
O que aumentou ainda mais os olhos em cima do Juan foi após receberem uma ligação de uma mulher, admitindo estar subindo o Marins no mesmo dia do desaparecimento e ter visto Juan enterrando o corpo de Marco Aurélio. A polícia não podendo se dar ao luxo de ignorar essa informação, foi até o local mencionado para investigar, mas não encontraram nada.

Outro fator que o levantou como suspeito, foi que no dia da subida, mesmo negando o convite do grupo de Piquete, a princípio os escoteiros não iam subir o Pico dos Marins sozinhos. Em uma reunião feita anteriormente pela diretoria do Grupo Escoteiro Olivetano, foi decidido que a trilha seria conduzida pelo Sr. Afonso, que possuía mais de 30 anos de experiência na região. Porém mesmo com o combinado Juan dispensou a sua ajuda no dia, alegando que o senhor não estaria com tempo. Porém, mais tarde o próprio Sr. Afonso e sua esposa teria desmentido o Juan, dizendo que estava sim disponível e que já até havia preparado alguns lanches para os escoteiros levarem.
Em entrevista a Rádio Mantiqueira, o delegado de Piquete questionou o tempo que Juan alegou ter demorado para percorrer a trilha: “O grupo de escoteiros dirigido por Juan havia se perdido no caminho de ida e na volta, pois na ida gastou seis horas (das oito da manhã às quatorze horas) numa caminhada que, pela trilha comum, batida e assinalada, não se leva muitas horas”. Vale também observar que Juan teria subido o Marins a cerca de um ano antes do ocorrido, e mesmo assim se perdeu.
Suas condutas como chefe escoteiro também foram muito questionadas, segundo Pedro Teixeira: “Este não cumpria o regulamento do escotismo, era autoritário, ameaçava os garotos e não admitia ser repreendido”. Outro comentário vem do Dr. Pedro Orlando, que diz: “… modo estranho de comportamento… frio, com conduta que as vezes fugia do normal de uma pessoa sã”. Como um chefe tão experiente teria quebrado a regra básica de um situação como essa, a de nunca de separar? Outro ponto muito questionado pelas pessoas até hoje é porque Juan não teria pedido ajuda para o Sr. Afonso na manhã seguinte que saiu para procurar Marco Aurélio sozinho? Teria cometido o mesmo erro do dia anterior, parecendo que o chefe tivesse a intenção de ocultar algo. Esses comentários e perguntas ajuda a reforçar o motivo de Juan Bernabeu já ter sido expulso anteriormente de outro grupo escoteiro, devido a sua má conduta.
Diante de tantos fatos estranhos e questionáveis, as suspeitas contra o chefe dos escoteiros aumentava cada vez mais. Entra em cena o major da Polícia Edmundo Zaborski, que durante todo o caso foi muito severo contra Juan Bernabeu. Zaborski a todo momento pressionava Juan e tentava tirar uma confissão do chefe, realizando até mesmo uma sessão de hipnose no local do desaparecimento para obter possíveis informações sobre o que realmente havia acontecido. Durante a sessão, Juan não deu nenhuma informação que o incriminasse ou que pudesse solucionar o caso, inclusive o delegado até suspeitou de que Juan não estaria realmente hipnotizado e que estaria apenas fingindo, então perguntou ao hipnologo como saberiam se ele estava hipnotizado ou não, E foi respondido com a resposta de que se uma pessoa está hipnotizada ela não sente dor, então pegaram uma agulha e deram uma espetada no braço de Juan, o chefe nem se mexeu ou teve alguma reação, então tiveram a certeza de que ele estava sob hipnose.

Após a sessão de hipnose que aconteceu no Morro do Careca, último ponto que era possível chegar de carro no Marins naquela época, Juan sofreu diversas torturas, tanto psicológicas quanto físicas. Ele foi colocado em um baril e recebia diversos baldes de água gelada enquanto estava completamente nuo, posteriormente também chegou a ser até mesmo colocado na cadeira elétrica. A polícia daquela época era tão deverá devido ao recente término do período de Regime Militar no Brasil, que durou até Marco daquele mesmo ano.
No dia seguinte a este fato, os jovens escoteiros que estavam presentes no dia do desaparecimento retornaram a delegacia de Piquete para um interrogatório e para darem os seus depoimentos. Então Osvaldo, Ricardo e Ramatis são colocados em salas separadas para darem os seus depoimentos, Ramatis teve o acompanhamento de seu pai, que na época era policial militar, porém os outros dois meninos não estavam acompanhados, logo também sofreram torturas psicológicas. Eles foram forçados a denunciar Juan pelo crime de ter matado Marco Aurélio, mesmo horrorizados, eles se mantém firmes negando tais denúncias e se negando a assinar o depoimento falso que acusava Juan. Zaborski sem paciência, em um momento até chega a apontar a arma para Ricardo na esperança de intimidá-lo, mas o mesmo se mantém firme em não assinar.
Osvaldo foi colocado como possivel cúmplice de Juan, já que o médico que o examinou depois de seu acidente disse que não havia acontecido nada com seu joelho. Osvaldo então foi colocado numa sala com Juan e o escoteiro defendia seu chefe a todo momento, até que Zaborski em determinado momento espancou Juan na frente dele, e apesar de todo isso, os jovens meninos isentaram Juan da culpa pelo desaparecimento.
Um fato estranho dessa história é de que nós três depoimentos dados a polícia pelos meninos, o de Ricardo e Ramatis estavam se batendo, o único diferente era o de Osvaldo, que contava que na véspera da noite anterior à subida, ele teria visto Marco Aurélio e Juan saindo da barraca juntos, como já mencionei aqui antes, o que reforçou a ideia de algum crime com cunho sexual. Porém, após retornarem 1 ano depois e darem novamente os seus depoimentos, Osvaldo nega tais afirmações, e diz que não tinha acontecido aquilo. Tal contradição pode ser explicada pela pressão que eles tiveram na época de desaparecimento, com toda aquela pressão da polícia, provavelmente Osvaldo sedeu em algum momento e contou essa mentira, e após 1 ano, com a troca de delegado no caso, ele teria contado a verdade.
Durante esses dias a imprensa só falava de Juan, o caso parecia ter se tornado um caso de homicídio ao invés de desaparecimento, aos poucos o rosto de Marco Aurélio ia saindo dos noticiários e ia aparecendo cada vez mais o rosto de Juan Bernabeu, toda a atenção era voltada para ele, inclusive ele ficava irritado e dizia que a polícia estava perdendo tempo com ele.
Juan na época tinha inclusive aceitado fazer o teste de polígrafo, porém com toda a imprensa sabendo da tortura feita no chefe e nos jovens, a polícia acaba soltando Juan antes de realizar o teste. O delegado Francisco Baltazar também afirmou que por ter sofrido fortes pressões psicológicas, o teste não teria o efeito esperado, já que essas torturas poderiam influenciar no resultado. Já alguns, dizem que tal decisão foi tomada devido a ingerência da União dos Escoteiros do Brasil, que não queriam por em risco a imagem pública do escotismo.
A liberdade de Juan estava garantida, mas mesmo assim, um dia depois ele foi conduzido novamente até a cidade se Piquete de helicóptero. A população da cidade ficou sabendo e foi recepcionar o chefe escoteiro no local só pouso, com o objetivo de lincha-lo. A polícia até tentou protegê-lo, fazendo um corredor de isolamento para que ele pudesse passar, mas a revolta era tão grande que do helicóptero até a viatura, Juan receber diversos socos e chutes, enquanto a população gritava e o chamava de assassino.
Apesar das suspeitas e da forte tentação de incriminá-lo, Juan nunca foi nunca foi julgado ou culpado pelo desaparecimento de Marco Aurélio, muito pelo contrário, os jovens escoteiros sempre o defenderam muito, assim como os pais de Marco, que nunca acreditaram nas teorias que colocavam o chefe como responsável pelo assassinato e ocultação do corpo. Durante todo esse tempo de acusações, a própria UEB nunca mostrou apoio ou ajuda a Juan, a única ajuda que recebeu durante todo o caso foi de um advogado, contratado inclusive pelo Sr. Ivo.
OUTRAS PISTAS
Com a proporção que o caso tomou e com o fechamento do caso pela polícia, o Sr. Ivo não aceitou esse desfecho e queria encontrar o que tinha acontecido com o seu filho, então começou a agir por conta própria e com a ajuda de seus contatos. Nesse período apareceram muitas pistas falsas também, de pessoas passando trote dizendo saber onde estava Marco Aurélio.
O Sr. Ivo afirma ter viajado por todo o Brasil atrás de crianças que se diziam ser Marco Aurélio, inclusive quando a família ficou sabendo do caso das luzes, eles viajaram até Brasília para falar com o Coronel Uchôa, engenheiro, ufólogo e general do exército brasileiro, lá o coronel explicou a eles como era e o que era uma abdução. E foi aí que a teoria de que Marco Aurélio foi abduzido entrou em jogo. Na volta dessa viagem, eles acabaram passando por Uberaba para conversar com o famoso médium, Chico Xavier, lá eles fizeram uma sessão com o renomado médium mas não tiveram nenhuma resposta, Chico diz: “Não consegui me comunicar com Marco Aurélio, pois só me comunico com os mortos, e não com os vivos”.

Muitos outros videntes afirmavam que Marco não havia morrido e isso sustentou a ideia de que Marco Aurélio teria saído vivo dos Marins, possivelmente desorientado e sem memória, sendo criado e escondido por alguma outra família. Está hipótese, na verdade é pouco provável, dado a dificuldade de esconder Marco Aurélio após tanta exposição na mídia.

Sr. Ivo contou também com a ajuda do G.A.S, polícia Anti-Sequestro daqui de São Paulo, daí começaram a trabalhar em um possível sequestro de Marco Aurélio. A polícia grampeou o telefone da casa do Sr. Ivo, até que um dia receberam uma ligação anônima de uma pessoa dizendo ter sequestrado Marco Aurélio afim de extorquir sua família, pediram uma quantia alta em dinheiro e passou as informações de como seria feito a troca no dia combinado, infelizmente a polícia não conseguiu localizar a ligação então foram obrigados a seguir com o plano. A família pediu um empréstimo ao banco, uma policial se disfarçou da Sra. Neuma, mãe de Marco Aurélio e foi até o local com o dinheiro, o lugar era o banco de uma praça, e a polícia se infiltrou nos prédios ao lado para observarem a movimentação. Mas após esperarem horas não apareceu ninguém no local, talvez os criminosos ficaram desconfiados já que a polícia aparentava ser bem mais nova que a mãe de Marco Aurélio, um carro até mesmo passou três vezes pelo local mas a polícia por um erro muito grande não anotou a placa do carro. Provavelmente isso foi um trote e o maior sofrimento que a família viria passar desde o desaparecimento.
A investigação após quase 5 anos teve o seu fim, o laudo de reconstituição só foi liberado após o pai de Marco Aurélio ter recorrido à Corregedoria da Polícia Civil. Seu conteúdo infelizmente era tendenciooo, e apontava apenas indícios de que o jovem escoteiro teria fugido de casa, culpando só ele mesmo. O inquérito policial contendo 391 folhas foi arquivada no dia 16 de Abril de 1990, por determinação do Juiz de Direito Walter Luiz Esteves de Azevedo.
TEORIAS
Como vocês poderam acompanhar, essa história é repleta de misterios e de várias coincidências, mas será que realmente foi uma junção de fatores? Ou tudo foi previamente planejado? Essas entre várias outras perguntas foram aparecendo durante o caso, se ainda hoje temos várias perguntas que não foram respondidas, imagina na época. Então era de se esperar que não demorasse muito tempo para que começasse a surgir teorias do que tinha acontecido com Marco Aurélio, então agora chegou o momento de comentarmos algumas delas.
1. DESENTENDIMENTO
Algumas pessoas acham os erros cometidos por Juan tão básicos que chegam até ser duvidosos, mas como Juan teria feito alguma coisa e mesmo assim os outros jovens não terem visto nada? Essa primeira teoria aborda justamente isso, que a princípio não houvesse nenhuma intenção de machucar Marco Aurélio, mas teria acontecido algum desentendimento entre o grupo, alguma inveja por exemplo já que Marco tinha sido nomeado monitor. Marco então, teria sofrido algum empurrão ou algo parecido, e como o Marins é cheio de rochas e pedras, teria batido a cabeça e morrido na mesma hora. O grupo então sai da trilha para poder enterrar o corpo do amigo em um local mais afastado, por isso teriam demorado tanto para chegarem no sitio do Sr. Filinho, e por isso não teriam perguntado ao Filinho e ao Afonso sobre seu amigo.
Essa teoria pode até ser tentadora para alguns, mas é pouco provável, pois é muito questionável se caso Marco Aurélio batesse à cabeça o grupo iria de cara já procurar um local para enterrar o corpo ao invés de tentar socorrer o amigo, dificilmente os meninos teriam frieza para isso. E não havia motivos de inveja ou ciúmes entre o grupo, todos respeitavam e sabiam que Marco Aurélio era o mais experiente entre os jovens quando o assunto era escotismo.

Mas mesmo assim, caso tudo isso tivesse realmente acontecido, provavelmente nas investigações algum deles teria falado alguma coisa, era muita pressão e como falamos antes, até passaram por torturas psicológicas, então dificilmente teriam conseguido manter a mesma história combinada sem ao menos um deles ter mudado uma parte dela, e provavelmente alguém já teria confessado até os dias de hoje, é um peso muito grande de carregar dentro de si. É muita frieza para meninos daquela idade, mas para Juan talvez não fosse, e é isso que aborda a próxima teoria.

2. CUNHO SEXUAL
Outra teoria levantada pela galera é de que Juan teria feito algo de cunho sexual com o garoto na noite anterior à subida, e quando retornou para procurar Marco Aurélio sozinho, teria o encontrado e dado um fim a ele, enterrando o seu corpo, e por isso teria demorado tanto para retornar e não teria pedido ajuda ao Sr. Afonso. Essa teoria é reforçada pelo depoimento de Osvaldo, que disse ter visto Juan e Marco Aurélio saindo juntos da barraca a noite, como já comentamos anteriormente.
No livro publicado por Rodrigo Nunes anos mais tarde, conta que Sr. Afonso teria chegado em casa e visto a sua enxadinha encostada na parede ao lado de fora de sua casa, o senhor achou aquilo estranho e foi perguntar a sua filha Marlene o porque dela estar ali do lado de fora, a mesma respondeu que tinha visto Juan colocando-a ali.
O senhor ainda questiona o porque Juan teria pego sua ferramenta sem ao menos pedir emprestado, sua filha não soube responder mais deu a certeza de que tinha sido ele que a deixou naquele lugar. Afonso até achou estranho e chegou a olhar pra ver se não via nenhum vestígio de sangue, mas não encontrou nada e acho melhor guardar ela em seu armário e não contar nada a polícia, para evitar qualquer tipo de problema.
Esse fato foi contado para Rodrigo Nunes pela própria Marlene, que contou quando ele foi entrevistá-la para escrever o seu livro, e conta que na época não comentaram nada afim de evitar problemas e suspeitas em cima de sua família. Em uma live recente realizada pelo canal UFO, no momento em que Juan era questionado sobre esse acontecimento sua Internet cai e ele é desconectado da live, no mínimo curioso não?
Por mais tendenciosa que essa teoria pode ser, é pouco provável também, já que Osvaldo confessou mais tarde que tinha mentido em seu depoimento e que Juan não teria saído sozinho com Marco Aurélio, os dois nunca tiveram um momento sozinhos, sempre permanecem juntos até o dia do desaparecimento. O único momento em que esteve sozinho foi quando Juan retornou para procurar o garoto, mas mesmo assim não demorou muito tempo como aponta a teoria, ele levou 4 horas para voltar, isso não é tempo suficiente para encontrar Marco Aurélio, depois abusá-lo, matá-lo e depois se afastar o suficiente da trilha para enterrar o seu corpo.
Por isso, essa teoria também é pouco provável. Inclusive o Sr. Ivo e Marco Antônio ficam extremamente tristes quando falam que Juan teria feito alguma coisa com Marco Aurélio, ele era um amigo próximo da família: “Só quem não conhecia o Juan pensaria numa atrocidades dessas”, disse o Sr. Ivo. Nenhum dos outros jovens escoteiros culpam o Juan pelo o que aconteceu, muito pelo contrário, sempre o defenderam.
3. HIPOTERMIA
Outra hipótese que é apontada é de que Marco Aurélio, diferente das outras teorias de que teria sido morto por alguém, aqui teria morrido de hipotermia, algo que até é relativamente fácil de acontecer se você não tomar os cuidados necessários. Aqueles dias que foi feita a atividade foi considerado os dias mais frios do ano, era inverno e Marco estava somente com as roupas do corpo, e diferente de Juan, ele poderia ter parado pra descansar esfriando assim o seu corpo, com o corpo frio e sem uma forma de se esquentar, a hipotermia teria sido a causa de sua morte.
Aí temos duas opções nessa teoria, a primeira seria de que quando Juan voltou para procurar Marco Aurélio sozinho, ele teria o encontrado morto, e com medo das consequências que aquilo geraria pra ele, enterrou o corpo do garoto. Mas entra em questão a mesma coisa que falamos aí em cima, é pouco provável pois 4 horas não seria tempo suficiente para ele enterrar o corpo sozinho.

A outra opção é de que Juan não teria encontrado o corpo, deixando o corpo apodrecer na mata com o tempo, mas também é ainda menos provável, já que o corpo a céu aberto começaria a cheirar muito mal, nas buscas alguém com certeza iria achar o corpo. Até mesmo olhando pelos urubus, que ficariam sobrevoando em volta do corpo. Inclusive isso era uma grande atenção que os polícias e militares tinham ao decorrer das buscas, sempre ficavam observando os céus para ver se tinha sinal de urubus, é um dia até chegaram a ver eles sobrevoando no ar em volta de alguma coisa, mas ao se aproximarem só encontraram o corpo de um boi morto.

4. ABDUÇÃO
Uma teoria que pode parecer até mesmo engraçada para alguns, mas para outros, inclusive a própria família de Marco Aurélio, é de que ele teria sido abduzido por alienígenas. Isso porque nunca encontraram nenhum vestígio qualquer do corpo. Ele simplesmente desapareceu sem deixar uma pista. Mas porque especificamente alienígenas? Isso por causa das luzes azuis que apareceram no meio da mata, como se não houvesse uma explicação humana para aquilo. Não é como se fosse as luzes de uma nave alienígena, tanto que as luzes nem vinham do céu, mas sim a luz refletida de um próprio alienígena, como se ele de alguma forma emitisse algum tipo de luz.
Segundo estudos ufologicos, o Pico dos Marins possui uma grande concentração de energia magnética, fazendo com que esse magnetismo atraia os discos voadores, reforçando mais a teoria.
Essa teoria aborda um pouco do sobrenatural, será que essa seria a verdadeira causa do desaparecimento? Nós acreditamos que não, mas mesmo assim para os acreditam, um fato ainda é curioso, que é o fato de Marco Aurélio nunca mais ter voltado. Isso porque, segundo os próprios ufólogos, raramente nunca mais são vistas, geralmente elas somem, mas depois de um tempo retornam, acreditando que Marco Aurélio está vivo e que alguma dia ainda irá retornar. E por mais que não seja a primeira opção, a familia de Marco Aurélio não descarta essa possibilidade.
5. SEQUESTRO
Essa teoria toma como frente qualquer tipo de sequestro, mas tem como principal suspeito um homem avistado no Marins. No dia 8 de Junho, o grupo de escoteiros de Piquete que passou pelo grupo Olivetanos e os convidou para subir o Marins juntos, era composto pelo chefe Mário Lúcio Magalhães de 24 anos, e dos escoteiros Cláudio Roberto Peixoto, de 15 anos e de Glaucio Luiz Magalhães, de apenas 10.
E justamente Gláucio, o mais novo do grupo, presenciou um fato estranho. Em determinado momento da subida, ele se afastou um pouco de seus colegas e nesse momento em que estava caminhando sozinho pela trilha, ele cruzou com um sujeito que ocasionou um grande susto. Este homem estava vestido com roupas marrons e apenas o cumprimentou e continuou seu caminho de descida. Após os outros dois o alcançarem, Gláucio perguntou se eles haviam visto esse tal homem passando por eles, e eles disseram que não, ninguém tinha cruzado o caminho com eles.

Quando o grupo retornou ao sitio do Sr. Afonso às 15 horas, no caminho tanto na subida quando na descida, eles se depararam com uma caminhonete Rural Willys, com placa de Lorena e uma barraca sem ocupantes no Morro do Careca, provavelmente a mesma barraca encontrada pelo grupo escoteiro Olivetanos. Será que essa barraca é caminhonete pertenciam a esse tal homem de marrom? Essa dúvida permanece em aberto até hoje.
Outra história possível que surgiu na época é a história de um casal de japoneses que teria passado por Marmelópolis em um carro luxuoso perguntando como faziam para chegar na base da montanha, porém, eles nunca mais foram vistos. Será que eles teriam raptado Marco Aurélio?
Essa teoria sobre o sequestro é provavelmente a mais aceitável até aqui, isso porque explicaria o porque das buscas não encontrarem nada do jovem garoto e o fato dele simplesmente ter desaparecido. A única questão que fica em aberto e que tira um pouco da credibilidade é o fato de não ter tido um pedido de resgate. Pra que alguém iria fazer um sequestro e não pediria por resgate?
A não ser é claro, que esse sequestro tivesse como objetivo um homicidio, então primeiramente raptando Marco Aurélio, o levando para longe, para daí sim matá-lo. Ou então a pessoa que o sequestrou acabou criando algum tipo de afeição e pegou Marco Aurélio para criá-lo. Mas porque o menino iria aceitar? Será que ele não tentaria fugir? Ou será que teria perdido a memória de alguma forma e não se lembrava mais de seu passado? Aqui já entra em uma junção de fatores que acaba tirando um pouco de sua credibilidade.

6. SEITA DA BORBOLETA AZUL
Essa teoria está ligada diretamente com a teoria acima, porém dando destaque a um momento importante da história. Segundo a teoria, Marco Aurélio teria sido sequestrado por um seita denominada Borboleta Azul, que segundo especulações viviam ali na região e faziam raptos de crianças.
Na véspera da subida Juan teria inclusive conversado com Afonso a respeito da Seita da Borboleta Azul, Afonso em primeiro momento teria confirmado sobre a seita da região que realizava sequestro de crianças, porém mais tarde teria negado tal afirmação
Na noite em que aconteceu o fenômeno das luzes, Juan entrou no meio da mata até chegar em uma pequena residência, onde foi recebido por uma senhora, segundo essa teoria a moça faria parte dessa seita e estaria ligada ao rapto de Marco Aurélio. Eles teriam acabado de raptarem o garoto, por isso dos gritos e dos apitos escutados pelo grupo Olivetano, e o fato da luz ser azul não era uma coincidência, já que leva o mesmo nome da seita.
Essa teoria defende que no momento em que Juan vai até essa casa, Marco Aurélio ainda estava vivo ao lado de dentro dela. Essa teoria é bem tentadora e confesso que por um momento cheguei a acreditar bastante nela. Porém, ao fazer algumas pesquisas e se aprofundar mais nessa tal Seita da Borboleta Azul, a gente descobre que não se trata de sequestro de crianças ou mesmo rituais.
Os “Borboletas Azuis” foi um movimento religioso messiânico-milenarista, que surgiu na Paraíba e acreditavam na chegada de um reino de paz, alicerçado na humildade e na harmonia. Porém, antes desse tempo chegar, aconteceria um dilúvio e renovaria toda a humanidade.
Esse é um breve resumo do que se tratava os Borboletas Azuis, provavelmente essa história chegou em Piquete com a vinda de um ex-membro da religião até a cidade, e como uma típica cidade de interior, essa história foi crescendo até virar uma espécie de “lenda urbana” na região.
7. CAIU EM UMA FENDA
A região dos Marins é formanda com diversas fendas espalhadas por toda a montanha, elas podem passar facilmente despercebidas, mas entrando em uma trilha “falsa”, é muito provável que vc encontre uma delas. Essas trilhas falsas são formadas pela queda da chuva, onde a corrente de água vai abrindo um caminho pelo mato até que chegam em uma dessas fendas. Elas geralmente são fendas bem profundas e caso você caia em uma delas, dificilmente conseguirá sair de lá sem ajuda de um resgate.
Por isso, essa teoria deduz que Marco Aurélio poderia ter caído em uma dessas fendas, já que poderia estar escuro e como ele tinha apenas 35% da visão, facilmente poderia ter caído.
Já os espeleólogos que participariam das buscas, não acreditam muito nessa teoria, pois eles chegaram a entrar em várias dessas fendas em busca do garoto, mas não encontraram nada. Outra coisa ainda mais denunciante seria pelos urubus, que pelo cheio entregariam a localização do corpo de Marco Aurélio.

Mas aqui fica uma pergunta minha, em uma das fendas, a equipe chegou a separar uma corda de 100 metros para saberem qual seria a profundidade de tal fenda, eles foram descendo a corda até que ela estivesse completamente esticada, e perceberam que ainda não tinham chegado no chão. E se Marco Aurélio tivesse caído em uma dessas fendas e ter parado em uma espécie de poço subterrâneo, já que as águas vindas da chuva iam pra algum lugar, será que a água e a grande profundidade da fenda, teria exalado o cheiro tão forte como o esperado? Fica aqui minha dúvida.

8. AINDA ESTÁ VIVO
Com a repercussão que o caso tomou e pela grandiosidade das buscas, o fato deles nunca terem encontrado nada, nenhum vestígio do corpo ou algum objeto pertencente ao jovem, é porque Marco Aurélio teria conseguido sair vivo dos Marins e estaria vivendo uma vida normal. Seja a possibilidade dele ter planos de fugir de casa por algum problema familiar e aproveitou a situação daquele dia, ou outra hipótese é que ele teria caído e batido a cabeça, perdendo a memória, mas mesmo assim teria conseguido sair dos Marins e chegar até um lugar onde ele teria sido adotado por alguma família.
No dia 13 de Abril de 1986, quase um ano depois do desaparecimento, um motorista de ônibus que fazia a linha de Campos do Jordão até Pindamonhangaba resolveu ir até a delegacia para dizer que durante o seu caminho, ele teria parado o ônibus para um garoto, que dizia ser um escoteiro e que seus amigos o tinham deixado para trás, e estava sem dinheiro para pagar a passagem, o homem então pagou a sua passagem e seguiu viagem com o garoto. Ao chegarem na cidade, o menino o simplesmente saiu do ônibus e nunca mais foi visto.
Enquanto o motorista está a fazendo esse depoimento para a polícia, a família de Marco Aurélio estava ouvindo sem o homem saber, então o policial pediu para que Marco Antônio entrasse na sala dando alguma desculpa para ver a reação do motorista. O garoto assim fez, seguiu até a sala e no momento que entrou, o motorista começa a gritar: “É ele, é ele, eu vi esse menino no ônibus, eu vi esse menino”. No momento todos ficaram espantados, mas a investigação parou pois não encontraram mais nada desse garoto a quem o motorista deu carona.
Outros acontecimentos aconteceram na cidade de Botucatu, onde duas mulheres relataram ter visto um escoteiro. A primeira se chama Josefina Lima da Silva, ela trabalhava em um Albergue, até que um dia chegou um menino pedindo uma passagem até Sorocaba, a mulher falou que ali não vendia passagens então o menino foi embora.
A segunda foi com a doméstica Aparecida Sueli Alexandre, onde um menino de 15 anos teria parado em frente a sua casa perguntando onde ficava a cidade de Vitoriana, que ele estava indo pra lá em busca de emprego, a mulher olhou pra ele e reconheceu seu rosto pela caixa de leite, já que durante aquele período o rosto de Marco além de ser estampado em várias notícias da TV e em cartazes, na época era comum estampar nas caixas de cigarro e de leite o rosto de pessoas desaparecidas, e com Marco não poderia ser diferente. Assim que ela o reconheceu, ela começou a gritar: “eu encontrei o Marco, eu encontrei o Marco”, daí o menino se assustou e saiu correndo.
Por mais que essa teoria faça bastante sentido, a familia de Marco Aurélio não acredita muito na hipótese dele ter fugido, pois acreditam que não havia motivos e nem sinais do porquê Marco Aurélio faria algo desse tipo, ele sempre foi tratado muito bem por todos ao seu redor, e também era um garoto muito bom e companheiro, não deixaria o seu amigo machucado para trás sabendo que era ele o responsável por ir buscar ajuda.
NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE O CASO
O arquivo foi encerrado nos anos 90 e desde então todas divulgações e notícias sobre o caso vem sido feita pelo Sr. Ivo e seu filho Marco Antônio, mas em em 2005, o escritor Rodrigo Nunes, recém formando em jornalismo investigativo, resolveu voltar a falar sobre o caso para uma tese do seu TCC, publicando no ano de 2006 o seu primeiro livro pela editora Atlas: “Operação Marins – o sumiço do escoteiro Marco Aurélio, depois publicando mais dois livros pelo sucessos que o primeiros havia feito.
Essa trilogia de livros foi muito importante para voltar a se falar do caso, que já estava parado a algum tempo, foi nele também onde foi realizada algumas novas descobertas, como o caso da enxadinha que comentamos anteriormente, e é sobre essas novas descobertas que vamos falar agora.
Uma nova informação que foi descoberta é que o filho do Sr. Afonso, João Carlos, que possuía alguns problemas mentais e tomava fortes remédios, também veio a desaparecer no dia 4 de julho de 1989, 4 anos após o desaparecimento de Marco Aurélio. No dia, Marlene conta que João não estava querendo tomar os remédios, a mãe o forçou a tomar e ele com raiva decidiu sair para dar uma volta, mas acabou nunca mais retornando para casa. Porém, como Afonso não está um homem de contatos como o Ivo, acabou não conseguindo realizar uma busca pelo seu filho.

Esse fato do João Carlos também aponta para uma uma nova teoria, a de que teria sido ele a pessoa que teria mexido nas coisas do Marco Aurélio na barraca, e também que possivelmente Marco teria chego até o acampamento, mas João teria acabado machucando o garoto de alguma forma, assim o matando, sendo assim, Afonso para proteger o seu filho teria enterrado o corpo do menino. Inclusive é reforçada pelo momento na noite de sexta, onde o grupo Olivetanos ficaram aterrorizados por eles ouviram alguém andando em volta das barracas e passando a mão nelas, e que desde do momento que eles o chegaram tinha uma sensação de estarem sendo observados.
Na trilogia de livros é contado vários dos acontecimentos que falamos aqui, porém não de uma forma mais documental como tentamos fazer aqui, e sim de uma forma mais narrativa, contendo diversos diálogos entre os envolvidos, e que em determinados momentos até chega a ser duvidosos. Mas é uma leitura bem legal e interessante, e que eu super recomendo aos que se interessam pelo caso ou aos que querem conhecê-lo.
REABERTURA DO CASO
Em Julho de 2021, o caso foi reaberto após ter sido vazado um áudio que contava que dias antes de falecer, uma das filhas de Sr. Afonso, confessou que Marco Aurélio havia sido morto por João Carlos, seu irmão que possuía problemas mentais. Na noite do desaparecimento, Marco Aurélio teria chegado até o sítio gritando e chamando por ajuda, como João tinhas seus problemas, ele se assustou e achando que Marco faria algum mal para ele, acabou matando o jovem escoteiro. E seu pai, afim de protegê-lo, teria enterrado o corpo de baixo de sua cama.
Esse boato, após uma investigação com detector de metais, georadar e escavação ordenada pela polícia, teria sido descartada pelo delegado Fábio Cabetti, responsável pela reabertura do caso, mas a hipótese de Marco ter sido morto por João não foi descartada. O que tornou o caso mais intrigante, foi o desaparecimento de João 4 anos depois, em 1989, quando a falecida filha de Afonso disse ter visto o que parecia ser uma cova nas imediações da propriedade onde moravam, este relato levantou a hipótese de Afonso teria enterrado o próprio filho assim como tinha feito com Marco Aurélio.

A escavação pela polícia então foi iniada, no primeiro momento ela foi feita dentro da antiga casa do Sr. Afonso, em locais estratégicos e pré determinados, e após 4 horas de escavação, não foi encontrado nada, mais uma vez nenhum vestígio sequer de Marco Aurélio foi encontrado. Agora a polícia tem como planos escavar a região ao redor da casa, mas como se trata de uma aérea bem maior, possivelmente pode demorar anos para que tudo seja escavado.
Até o presente momento não foram encontrados vestígios concretos do corpo de Marco Aurélio, mas a polícia também trabalha com a hipótese defendida pela família de Marco Aurélio, que questiona uma possibilidade de Marco Aurélio ainda estar vivo. Inclusive foi divulgado um retrato de como estaria Marco Aurélio hoje, se estivesse em uma situação de rua. Inclusive foram recebidas informações de que homens muito parecidos com o do retrato teriam sido vistos pelo país.

OPINIÃO DO AUTOR
Como vocês poderam acompanhar até aqui, o caso do Marco Aurélio é repleto de mistérios e perguntas não respondidas, e parece que quanto mais você lê a aprende sobre o caso, ao invés das perguntas serem respondidas, mais perguntas são feitas. Aqui, vou dar a minha visão sobre o caso, não sou jornalista e nem investigador, sou apenas um curioso pelo, e o que falarei aqui é nada mais nada menos do que minha opinião, então não a levem como um fato.
Primeiramente não acredito que Juan teria feito alguma coisa com Marco, o fato dele ter uma boa relação com a família e com o próprio jovem, não descarta a possibilidade dele ter abusado de Marco Aurélio de alguma forma, já que temos vários casos de acontecimentos desse tipo que acontecem em família. Mas mesmo assim, não acredito que ele tenha feito algo do tipo, até mesmo porque os outros jovens estiveram a todo momento com Juan. Muitas pessoas apontam o dedo pro Juan pelo erros cometidos, e nesse ponto não tem como defendê-lo, suas decisões são todas muito questionáveis, porém argumentaveis, por mais que esteja errado da mesma forma. A cada pergunta feita a Juan ele tem a resposta e esclarece o seu ponto de vista. Então acho que os erros cometidos por Juan vão somente até esse ponto, não o colocando como assassino.
O que eu percebi vendo a Live que Juan participa no canal UFO e lendo os textos sobre o caso, é de que a todo momento Sr. Afonso sempre aponta Juan como o culpado, e em contrapartida, Juan sempre questiona também as atitudes tomada por Afonso. Sem dúvidas é perceptível que um tem um certo problema com o outro, e na minha visão não dá pra levar ao pé da letra o que ambos falam sobre o outro. Enquanto todo esse tempo várias pistas apontavam Juan como principal suspeito, com a abertura do caso recentemente, Afonso passou a ser possivelmente o principal cúmplice do crime. Então não necessariamente um ou outro é o culpado, mas acredito que tenha algum motivo maior desses dois não se gostarem.
Agora para a teoria que eu acho mais provável, acho sim provável que Marco Aurélio ainda esteja vivo, mas ainda acho que não temos explicação do porquê ele teria fugido de casa, com as informações que temos não acho que esse seria o opção mais viável. O que nos leva a teoria das fendas, acho que o mais provável é que ele teria caído realmente em uma das fendas.
Por mais que foi realizada diversas buscas, é quase impossível deles terem olhado em todas as fendas, e como deu pra observar, as buscas não foram bem planejadas, então facilmente poderiam deixar uma fenda passar batido. Sei que mesmo assim ainda seria uma junção de fatores, mas o fato de Marco Aurélio ter problemas de visão e não ter nada para iluminar seu caminho a noite, acredito que facilmente poderia se perder e acabar parando em um trilha falsa, que o levaria para uma dessas fendas. A dúvida que permanece em minha cabeça é a que eu fiz quando comentei sobre essa teoria, caso ele caísse numa fendas de grande profundidade e ficasse submerso na água, será que o cheiro exalaria o suficiente para os urubus sentirem? Tentei pesquisar para tentar achar uma resposta mas não obtive sucesso, então caso alguém que esteja lendo esse texto e saiba da resposta, ficaria grato em saber.
Porém, por mais que eu esteja mais favorável à acreditar em uma teoria, não significa que eu não esteja aberto às outras possibilidades. As únicas que eu realmente não acredito que tenha acontecido é as que coloca Juan ou o grupo de escoteiros como assassinos, ou a que aborda abdução por alienígena, sou um pouco cético para essas coisas, e por mais que eu realmente acredito que exista forma de vida fora da terra, não acredito que seja dessa forma e que raptaria Marco Aurélio por algum motivo.
AGRADECIMENTOS FINAIS
Gostaria de parar esse momento para agradecer a todos que leram até aqui, nosso objetivo aqui era fazer um texto trazendo o maior número de informações que conseguíssemos sobre o caso, e acredito que tenhamos conseguido esse objetivo de certa forma. Esse foi o primeiro passo de uma ideia que temos de contar sobre histórias de escoteiros que fizeram história em nosso país ou fora dele, divulgar mais essas personalidades que muitos não conhecem, algo que já fazemos em nosso Instagram mas trazer pra cá de forma mais aprofundada e detalhada. E podem ter certeza, que esse texto é somente o primeiro passo para uma grande ideia temos de realizar, mas é melhor eu ir parando por aqui pra não dar muitos spoilers.
Atualmente os familiares de Marco Aurélio cuidam de uma página na internet, trazendo sempre as noviades que surgirem sobre o caso, então recomendamos que deem uma olhada nele depois, deixaremos aqui em baixo o link que da direto acesso ao site.
https://escoteirodesaparecido.blogspot.com/
No mais é isso, Então muito obrigado a todos vocês, e nos vemos em uma próxima oportunidade….
SAPS